(Português) Exemplos e testemunhos | Alunos do IPVC
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Thomas Silva escolheu Gerontologia Social. Inês Alves concluiu a licenciatura em Engenharia Informática. Dois estudantes do Politécnico de Viana do Castelo que provam que não há profissões de homens nem de mulheres. Dois relatos para ler agora e para ver nos links abaixo.
Numa lógica de contribuir para uma maior consciencialização de que a igualdade de género é um bem necessário para todos, e sabendo que a falta de representatividade é um dos principais motivos que mantêm homens e mulheres afastados da carreira que gostam, o Politécnico de Viana do Castelo dá a conhecer o testemunho de Thomas e Inês.
Não há profissões de homens ou de mulheres. Há competências, apetências, vontades, capacidades. Numa altura em que a igualdade de género é temática central em diversos debates e fóruns, o Politécnico de Viana do Castelo juntou dois estudantes, Thomas Silva e Inês Alves, para falarem sobre “Perspetiva de Género”.
Ele está no segundo e último ano do curso de mestrado em Gerontologia Social. Ela terminou há pouco o curso de licenciatura em Engenharia Informática. Com percursos académicos distintos, os dois jovens decidiram seguir os próprios sonhos, não ligaram a estatísticas e mostraram que não há, mesmo, profissões de homens ou de mulheres.
Depois do CTeSP em Intervenção Sociocomunitária e Envelhecimento, Thomas Silva, de 27 anos, licenciou-se em Educação Social e Gerontológica e está agora no último ano do mestrado em Gerontologia Social na Escola Superior de Educação do Politécnico de Viana do Castelo. Foi o único estudante homem ao longo do seu percurso académico, mas isso não o demoveu ou desmotivou.
“O mais importante, antes do género, é sabermos que estamos a lidar com pessoas”
Natural de Esposende, Thomas vive, como muitos de nós, num meio onde a população idosa se destaca pelo número e as necessidades específicas e talvez tenha sido isso que o fez, mesmo que inconscientemente, despertar para a terceira idade e as carências da população mais envelhecida. “Tinha essa preocupação, mas não sabia ao certo o que fazer com ela. Andei a pesquisar e interessei-me pelo plano de estudos do CTeSP em Intervenção Sociocomunitária e Envelhecimento”, descreve. Daí até à licenciatura e, agora, ao mestrado, o caminho pareceu-lhe natural e lógico.
“Sempre fui o único homem na turma e isso nunca foi um problema, porque sempre olhei para as minhas colegas como ‘pessoas’ e não como homens ou mulheres. As pessoas não podem nem devem ser definidas pelo género que têm, mas pelas suas capacidades e ações. O mais importante, antes do género, é sabermos que estamos a lidar com pessoas. Não é por frequentar um curso tradicionalmente mais frequentado por mulheres que a minha identidade de género é afetada. Claro que sei que ainda existem alguns preconceitos sociais e culturais, mas isso também se trabalha”, defende Thomas Silva, que, com o passar dos anos, viu o seu interesse e identificação com a área da gerontologia crescerem.
Thomas, vivendo ele próprio “num cenário de incapacidade”, partilha algumas caraterísticas de quem envelhece, por isso, acredita ter as competências, e a sensibilidade, para contribuir para que a investigação e o conhecimento avancem e para que a perspetiva de que tem é mais velho seja mais tida em conta na hora de uma tomada de decisão.
“Via de perto o que um engenheiro informático fazia e gostei. Na família, nunca houve qualquer pressão para escolher esta ou aquela profissão”
Quem também acredita que não há profissões de homens e de mulheres é Inês Alves. A jovem de 20 anos concluiu, no último ano letivo, o curso de licenciatura em Engenharia Informática na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Viana do Castelo. “O meu padrasto também é engenheiro informático e acho que terá sido a influência dele, mesmo sem ele dar conta, que me fascinou. Via de perto o que um engenheiro informático fazia e gostei. Na família, nunca houve qualquer pressão para escolher esta ou aquela profissão. Aliás, temos já uma espécie de tradição de engenheiros informáticos na família: duas primas e dois primos na mesma área”.
Ao contrário de Thomas, Inês tinha algumas colegas na turma, mas, acredita, mesmo que assim não fosse, não seria por isso que deixaria de fazer a sua licenciatura. “Não é a área que escolhemos que nos define, mas aquilo que fazemos. Se gosto e acredito que posso ser boa numa determinada área, então o que me impede?”, questiona Inês Alves, que trabalha atualmente na área em que se formou e conta, como colegas de trabalho, com mais algumas mulheres. “O que é bom. Um bom sinal”.
Thomas e Inês são dois estudantes do Politécnico de Viana do Castelo, com percursos que demonstram que não há mesmo profissões de homens nem de mulheres.
Refira-se que o IPVC tem ao dispor dos seus estudantes Bolsas de Igualdade, no âmbito do PRR, atribuídas a estudantes homens que optem por cursos tradicionalmente mais frequentados por mulheres (Educação Básica e Enfermagem) e vice-versa (Engenharia Informática, Mecânica, Mecatrónica, Civil e Ambiente e Engenharia de Redes e Sistemas de Computadores).
Veja aqui os testemunhos:
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