Mais do que formar profissionais de excelência, a Escola Superior de Saúde do Politécnico de Viana do Castelo quer transformar a forma como se aprende, se cuida e se responde às novas realidades em saúde. A Escola Superior de Saúde do IPVC assinalou o 52.º aniversário e lançou as bases do futuro da formação em saúdem com uma aposta crescente na inovação pedagógica, na realidade virtual, nos doentes simulados e numa formação à medida para contextos clínicos reais. Tudo isto só possível com profissionais comprometidos e com melhorias constantes, destacando-se a construção, já no próximo ano letivo, de um Centro de Simulação.

 A comemorar mais de meio século, a Escola Superior de Saúde do Politécnico de Viana do Castelo apresenta um conjunto de iniciativas e ações que reforçam o papel estratégico da instituição na capacitação para os desafios da saúde contemporânea. Entre elas, destaca-se a construção de um Centro de Simulação Clínica, a aposta em tecnologias digitais, nomeadamente na Inteligência Artificial, e uma nova abordagem à formação contínua, com soluções personalizadas para as necessidades concretas das instituições de saúde. A literacia em saúde, a investigação aplicada e a ligação ao território continuam a ser pilares da missão da escola.

Na sessão de abertura, o diretor da Escola Superior de Saúde (ESS-IPVC), Luís Graça, fez uma retrospetiva dos mais de 50 anos de história e trabalho da instituição, sublinhando a capacidade da ESS-IPVC em se adaptar e moldar às exigências de cada tempo. Enunciou desafios, como o surgimento de novas doenças infeciosas ou as questões associadas à nutrição, e alertou para a importância crescente da formação contínua de profissionais e da literacia em saúde, tema central da conferência que marcou o dia de aniversário. “Estamos focados na inovação, na internacionalização e na resposta concreta às necessidades dos contextos clínicos”, afirmou Luís Graça, referindo o investimento já em curso na formação de ativos através de pós-graduações e formações curtas e microcredenciadas, com recurso ao ensino híbrido e à simulação.

Centro de Simulação e digitalização da medicina em destaque

A cerimónia de aniversário, decorrida esta sexta-feira, ficou marcada pelo anúncio da construção, prevista já para o próximo ano letivo, de um Centro de Simulação. Esta infraestrutura será orientada para a formação pré e pós-graduada e para o reforço da qualificação contínua dos profissionais de saúde.

O investimento integra o projeto Digital4Health, no qual a ESS-IPVC participa como parceira, com financiamento superior a 200 mil euros. O foco está na digitalização da prática pedagógica, com a introdução de tecnologias como realidade virtual e doentes virtuais, através da plataforma Body Interact.

Este novo ciclo inclui, também, a reestruturação dos laboratórios da Escola e a aposta em formações ajustadas às necessidades identificadas no terreno. “Temos vindo a trabalhar com a direção de Enfermagem da ULSAM para construir ofertas customizadas, com impacto direto na qualidade dos cuidados”, referiu o diretor da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Viana do Castelo.

Luís Graça destacou ainda a consolidação da investigação na área da saúde. “Na última avaliação da FCT, demos mais um passo. Mantemo-nos na UICISA:E, que foi avaliada com Muito Bom, passando a núcleo da ESS-IPVC a ser uma Unidade de Gestão. São oportunidades que trazem no caderno de encargos uma enorme responsabilidade e que acreditamos que com um investigador seria um desafio superável com sucesso.”

Presidente do IPVC lança novos desafios e aposta no futuro

Por sua vez, o presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Carlos Rodrigues, destacou o papel central da Escola Superior de Saúde na estratégia institucional para a próxima década. “Estamos a viver uma transformação profunda na forma como se ensina e aprende. O impacto da Inteligência Artificial, da digitalização e da demografia exige novas respostas. E a ESS-IPVC está preparada para liderar essa mudança”, afirmou.

O presidente do Politécnico de Viana do Castelo aproveitou o momento para desafiar a Escola a avançar com um novo curso de licenciatura, a refletir sobre a criação de um novo CTeSP complementar ao de Termalismo e Bem-Estar, e a reforçar o investimento nas formações curtas, especializações e pós-graduações. “Aproveitando a Universidade Europeia SUNRISE, onde está incluído o IPVC, devemos fazer uma aposta crescente na internacionalização e na mobilidade, como forma de capacitação e de aprendizagem. Podemos e devemos cada vez mais entrar nas redes de projetos internacionais em saúde”, desafiou Carlos Rodrigues que não terminou sem antes afirmar que, apesar dos desafios, a Escola Superior de Saúde do IPVC está de parabéns não só pelo aniversário, mas também porque reúne todas as condições para avançar com um doutoramento na área da saúde, reforçando a sua posição como polo de excelência e conhecimento avançado, alavancado não só pela avaliação da FCT da Unidade de Investigação UICISA:E com um “Muito Bom”, mas também pela passagem da Escola a Unidade de Gestão.

Educação, literacia e democracia em saúde

Na sessão comemorativa, o vereador da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Ricardo Rego, saudou a ESS-IPVC como “uma casa de saber, cuidado e compromisso”. Sublinhou que “a forma como educamos para a saúde e como criamos conhecimento são a melhor vacina contra a desinformação e um pilar da democracia”.

O vereador desafiou ainda a Escola Superior de Saúde a associar-se à organização da Conferência Internacional das Cidades Saudáveis da OMS, que Viana do Castelo irá acolher em 2026. “Será uma oportunidade para dar à cidade e à ESS-SS ainda maior protagonismo num debate fundamental sobre saúde e futuro. Quero desafiar-vos a organizarmos em conjunto esta Conferência na semana em que a Escola fará o seu aniversário.”

Estudantes apontam ao futuro

 A encerrar a sessão de abertura, o presidente da Associação de Estudantes da ESS-IPVC, Ricardo Pinto, lembrou que “os estudantes são os principais motores da Escola” e defendeu que é preciso olhar para o futuro com ambição. “Temos de deixar a nossa marca, dar asas à criatividade e desafiar-nos constantemente.”

A cerimónia incluiu ainda uma conferência pela docente Leonor Bacelar Nicolau, da Católica Medical School e da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que refletiu sobre o papel da literacia em saúde como instrumento crítico de decisão informada, sobretudo em contextos de infodemia.

O dia não terminou sem a atuação da Tuna Académica da ESS-IPVC, a TUNESS, e da Escola Profissional e Artística do Alto Minho.