Pedaços do Silêncio| até 6 junho
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As obras de arte que completam a exposição “Pedaços do Silêncio” convidam cada visitante “a descobrir um bocadinho de si”. Este foi o desafio deixado pelo artista plástico Mário Rocha durante a inauguração da exposição que pode ser apreciada até ao dia 6 de junho na Oficina Cultural do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). Estas obras foram ainda “uma espécie de terapia” para Mário Rocha, que recentemente foi submetido a uma cirurgia após lhe ter sido diagnosticado um cancro.
Depois da exposição “Olhares do Silêncio”, apresentada em meados de 2021, onde Mário Rocha regista “o terror” da pandemia, nesta exposição o artista aproveita para convidar o público a fazer uma “reflexão profunda” sobre tudo o que se passou e continua a passar em tempos de pandemia. No total são mais de 20 quadros em acrílico sobre tela e ainda alguns em acrílico sobre papel. Integra ainda a exposição um painel em cerâmica e um conjunto de três peças de escultura com alturas diferentes. “Estes trabalhos foram feitos com muita emoção e pensamentos sobre tudo aquilo que nos vai acontecendo ao longo do dia”, confessa o artista, desafiando os presentes na cerimónia de inauguração e todos aqueles que vão visitar a exposição a “tirarem as suas conclusões e a descobrirem o que cada obra lhes transmite”.
O fundador da Arte na Leira, evento de relevância no panorama cultural e que o Politécnico de Viana do Castelo é um dos parceiros, revela ainda que esta exposição foi “uma espécie de terapia”, já que Mário Rocha foi recentemente operado após lhe ter sido diagnosticado um cancro. “Durante esta fase, o trabalho ajudou-me a não pensar nos problemas de saúde e a encarar tudo o que estava a acontecer de forma mais natural”, assume o artista, admitindo que “a arte foi fundamental em todo este processo”.
Mário Rocha aproveitou a oportunidade para agradecer a parceria com o IPVC, quer nas exposições que já fez na Oficina Cultural, quer no evento Arte na Leira.
Na cerimónia de inauguração da exposição, o pró-presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, António Curado, começou por enaltecer a obra feita e reconhecida do artista. “Estas obras nasceram nos últimos dois anos de introspeção, de reclusão e de análise interior. Esta exposição transmite a todos este momento difícil, que nos obrigou a ser mais solidários, a dar as mãos e a olhar para fora”, sublinha António Curado, esperando que a visita a esta exposição seja “um momento de introspeção e de auto-análise, em que cada um vai encontrar um bocadinho de si nestas obras”.
Tal como o pró-presidente deixou a porta aberta ao artista plástico, também o administrador dos Serviços de Ação Social (SAS) do IPVC, Luís Ceia, agradeceu a parceria que existe há muitos anos com Mário Rocha. “Só temos que agradecer a presença e o contributo que o artista plástico tem dado à Oficina Cultural, que é gerida pelos SAS-IPVC”, destaca Luís Ceia, assegurando que a Oficina Cultural é um espaço aberto à cultura de Viana do Castelo, do Minho, do país e da Galiza, com quem se pretende “estreitar laços”. O administrador dos SAS-IPVC agradeceu ainda “a colaboração de todos aqueles que tornaram possível esta exposição e que criaram aqui mais um ponto nesta longa história”.